Os transtornos de ansiedade podem ocasionar picos intensos de sintomas físicos e emocionais. Aprenda a identificar uma crise e saiba como lidar com o problema

Se você — ou alguém próximo a você — sofre de síndrome de pânico ou de outro transtorno de ansiedade, provavelmente já vivenciou ou assistiu a uma crise.

Coração acelerado, falta de ar com sensação de sufocamento, rigidez muscular, náuseas, boca seca e tremores são alguns sintomas comuns de uma crise de ansiedade e de um ataque de pânico.

Quais são as diferenças entre uma condição e outra? O que fazer nesses momentos? Como evitar novas crises? Continue a leitura para saber como identificar, prevenir e tratar uma crise de ansiedade.

Causas da crise de ansiedade

Há uma pequena região no cérebro chamada “amígdala” que funciona como uma espécie de alarme interno: diante de um perigo iminente, essa área é ativada e “avisa” ao organismo que é preciso se preparar para uma possível luta ou fuga. Nesse processo, acontece uma descarga de adrenalina e de cortisol, os hormônios que causam as reações físicas e emocionais relacionadas ao medo, ao estresse e à ansiedade.

É importante compreender que esse é um mecanismo de defesa natural do organismo extremamente útil em situações realmente ameaçadoras. O problema é quando o cérebro não distingue uma ameaça concreta de um perigo imaginário e esse “alarme” é disparado com intensidade e frequência desproporcionais, em situações rotineiras no dia a dia, desencadeando transtornos crônicos de ansiedade que podem ser permeados com crises severas.

Torna-se preciso ressaltar, também, que transtornos de ansiedade podem ser desencadeados por uma série de fatores, sejam eles isolados ou associados. A origem pode estar relacionada a questões comportamentais, genéticas, biológicas ou ainda a eventos traumáticos do passado.

Além do funcionamento da amígdala, mencionado anteriormente, outros elementos podem contribuir para o desenvolvimento da crise da ansiedade. Uma das principais causas está relacionada a fatores genéticos, em que indivíduos com histórico familiar de transtornos de ansiedade têm maior predisposição a desenvolvê-los.

Aspectos biológicos também desempenham um papel importante. Desequilíbrios químicos no cérebro, como níveis anormais de neurotransmissores, podem influenciar o surgimento da crise de ansiedade. Além disso, a presença de condições médicas, como problemas hormonais, doenças cardíacas ou respiratórias, também pode contribuir para o desenvolvimento do transtorno.

Eventos traumáticos do passado, como abuso, perda de entes queridos ou experiências traumáticas, podem ser gatilhos significativos para a crise de ansiedade. Esses eventos deixam marcas emocionais profundas e podem levar a respostas de ansiedade intensas em situações semelhantes no presente.

Por outro lado, fatores comportamentais, como altos níveis de estresse crônico, estilo de vida pouco saudável, falta de habilidades para lidar com o estresse e o uso abusivo de substâncias, também podem contribuir para o surgimento do transtorno. Contudo, é importante destacar que cada indivíduo é único, e a combinação desses fatores pode variar de pessoa para pessoa.

Entenda as causas da ansiedade.

Diferença entre crise de ansiedade e ataque de pânico

Embora os sintomas de um quadro de ansiedade e do ataque de pânico sejam similares, não podemos afirmar que sejam a mesma coisa. Normalmente, o que difere uma condição da outra é a ocorrência da crise, assim como o seu nível de intensidade.

Enquanto uma pessoa que sofre de ansiedade tem sintomas de forma contínua, progressiva e de forma associada a um problema pregresso, geralmente o portador de síndrome de pânico é acometido pelos efeitos subitamente, com uma intensidade maior e sem necessariamente ter uma relação direta com algum fator externo.

Outras características comuns em um ataque de pânico são o medo de uma morte iminente e a despersonalização, que é quando o indivíduo se sente desconectado de seu corpo e de seus pensamentos.

Como os sintomas são muito parecidos e variáveis, é de extrema importância o acompanhamento de um médico psiquiatra ou de um psicólogo habilitado para fornecer um diagnóstico mais preciso e orientar o paciente quanto ao tratamento mais adequado para cada caso.


Como controlar uma crise de ansiedade ou um ataque de pânico

Para ajudar a recompor as emoções e o funcionamento do organismo durante uma crise, há algumas dicas que costumam funcionar. Veja a seguir.

  1. Racionalização. Durante uma crise aguda de ansiedade ou de um ataque de pânico, é normal o indivíduo ser acometido por pensamentos negativos e pelo medo da morte. Nesses momentos, primeiramente, é preciso ter consciência de que a crise é passageira (dura no máximo 30 minutos) e de que não é letal.
  1. Respiração. A respiração ofegante e descompassada é um dos sinais mais comuns dos quadros de ansiedade. A boa notícia é que podemos controlar essa reação conscientemente, fazendo uma série de respirações profundas. Isso ajuda a diminuir a frequência cardíaca e a produção de adrenalina, reequilibrando o organismo e as emoções.
  • Inspire pelo nariz contando até 4, levando o ar até o diafragma, enchendo o pulmão e expandindo a barriga;
  • Segure o ar por 2 segundos e depois expire, pelo nariz ou pela boca, contando até 4.
  1. Concentração. Desviar a atenção para algum objeto ou em qualquer elemento durante a crise ajuda a acalmar e a afastar pensamentos negativos. Esse estímulo pode ser visual ou sensorial. Vale fazer isso com imagens, texturas, cheiros ou qualquer coisa que ative os sentidos e que leve o indivíduo a prestar atenção no momento presente.

É importante lembrar que os sintomas e a intensidade das crises variam de pessoa para pessoa e podem mudar de acordo com as circunstâncias, então não há regras. Quem sofre de síndrome do pânico ou de outros transtornos de ansiedade deve se consultar com profissionais de saúde qualificados para aprender a lidar com as crises, além de seguir um tratamento adequado visando controlar o problema.

Como prevenir uma crise de ansiedade

Os transtornos de ansiedade podem ser controlados sem remédios, por meio de um estilo de vida saudável, que inclua uma boa alimentação, atividades físicas regulares, psicoterapia e práticas de autocuidado, como a meditação.

A prática da Meditação Transcendental (MT), por exemplo, foi amplamente estudada e teve seus benefícios comprovados pela ciência para o controle do estresse e da ansiedade. Isso porque a técnica é muito fácil e eficiente para as mentes mais ansiosas, já que não exige esforço de concentração ou de controle de pensamentos.

Alguns estudos sobre a MT monitoram a atividade cerebral de pessoas com alto nível de estresse, assim como de ansiedade, e mostraram que a prática tem um impacto positivo em algumas regiões do cérebro, como a amígdala e o lóbulo frontal, regiões responsáveis pelo controle do medo e de outras emoções.

Manter um estilo de vida saudável também é fundamental. Uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes e evitar o consumo excessivo de cafeína e álcool podem contribuir para a estabilidade emocional. O sono adequado também desempenha um papel crucial na prevenção da ansiedade, portanto, certifique-se de ter uma rotina de sono regular e de qualidade.

Ainda, o apoio social é outro fator essencial na prevenção da crise de ansiedade. Cultivar relacionamentos saudáveis, buscar o apoio de amigos e familiares e participar de grupos de suporte podem ajudar a reduzir o isolamento e fornecer um sistema de suporte emocional.

A prática de exercícios físicos regulares é benéfica para a saúde mental como um todo, incluindo a prevenção da ansiedade. A atividade física libera endorfinas, conhecidas como hormônios do bem-estar, e promove a redução do estresse e da tensão emocional.

Por fim, dedicar um tempo para o autocuidado é essencial. Isso pode incluir a prática de hobbies, a realização de atividades prazerosas, reservar momentos para descanso e relaxamento, estabelecer limites saudáveis e aprender a equilibrar o excesso de trabalho rotineiro, por exemplo.

Lembrando que a prevenção da crise de ansiedade pode ser um processo individualizado, e é importante buscar orientação de um profissional de saúde mental para desenvolver um plano de prevenção personalizado que atenda às suas necessidades específicas.

Como resultado da prática diária, os indivíduos tornam-se mais calmos e resilientes às intempéries da vida, diminuem ou eliminam a ocorrência de crises de ansiedade e conseguem viver com mais plenitude, foco, felicidade, entre outros benefícios.

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